sábado, 3 de maio de 2008

SAPO DE ASAS

SAPO DE ASAS
Pr. Timofei Diacov


Ouvimos um colega contar a estória do sapo que invejava as aves. Perguntava para si mesmo a razão de não ter asas como as aves e por que tinha que pular e não voar. Pediu então à fada que o transformasse, dando-lhe asas, e assim foi atendido. E lá estava ele, todo feliz, dizendo: agora sim, eu também posso voar! Depois de alguns ensaios, levantou vôo e foi pousar num galho cheio de pássaros. E estes, ao verem-no, olharam uns para as outros, e exclarmaram espantados: "sapo de asas?!" E se foram, ficando esse anfíbio todo desapontado. Depois, lá de cima, contemplou outros sapos tomando sol à beira de uma lagoa. E lá, pousando, foi visto por eles, que pularam para dentro do lago, dizendo"sapo de asas?!" E assim o desapontamento aumentou. Depois foi pousar num galinheiro, e todas as galinhas foram espantadas. Pediu então à fada que o desencantasse, pois não tinha ele identidade. Nem era sapo nem pássaro. Assim acontece na vida. Muita gente não tem identidade.

Dizem que no céu não vai haver placa de igrejas. Não há dúvidas sobre isso. Mas, convenhamos: existiam antigamente tantas seitas de doutrinas tão estranhas? Doutrinas desencontradas. Para uma salvação é pelas obras. Para outra, o batismo lava pecados. Para outra, é necessário falar línguas estranhas. Para outras é necessário observar o sábado como dia de descanso. Para outra a salvação só será definida com a morte. E nós, os batistas, podemos aceitar essas idéias? Qual delas seria a melhor? Afinal, sabemos ou não em que cremos? Cremos ou não no juízo final? Está faltando a definição do que somos. Coloquei no quadro de anúncios um recorde de O Jornal Batista por ser importante. Foi retirado, mas no portão do pátio do templo foi posta uma grande faixa dizendo que haveria um grande trabalho em outra denominação. Nada tenho contra ela. Mas o referido irmão ainda gabava-se, dizendo: sou batista convicto!

Alguém nos contava, dizendo que a igreja tal abriu a porta para um culto muçulmano. Depois para uma campanha política. Seria isso uma prática batista? Inclusive a esposa do pastor dessa igreja estava vestida à caráter muçulmano. Na Ceia do Senhor, ouvimos com os nossos ouvidos, e vimos com os nossos olhos ela dizer: "dei o cálice a uma criança, pois não podia decepcionar seus pais". Depois disse perante os pastores ser favorável a danças nos cultos e que também dançava. Há igrejas que recebem subvenção do estado. E outras que fazem talvez coisas piores que estas. Quando são convidados para assumir o pastorado, dizem "sou batista convicto". Por que usar de desonestidade? Se quer ser uma outra coisa, seja, mas assuma!

Soubemos de outra igreja cujo obreiro entra no santuário, engatinhando e urrando como leão e bufando como touro e batendo com a mão no chão como a pata do touro. Você leitor, já viu uma coisa dessas? Pode crer que é verdade o que estamos a dizer. Para onde estão caminhando certas igrejas, cujos obreiros se dizem batistas? Levam os seus jovens a terem encontros com jovens de outras doutrinas, mas isso não é prática batista. Ou é? Afinal, somos batistas ou somos o que? Acendem fogueira, pedem para escrever os seus pecados num papel e lançam tudo no fogo. Levam suas igrejas para o mato a orar, dizendo que Jesus fazia o mesmo, e que essa é a verdadeira oração. Jesus não levava ninguém a fazer isso, Ele ia sozinho! Se querem orar no monte, que vão sozinhos. Não sejamos como sapos de asas.

Pr. Timofei Diacov

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