“EM MEMÓRIA DE MIM”
PR TIMOFEI DIACOV
“E, tendo dado graças, partiu o pão e disse: tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear tomou o cálice, dizendo: este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (I Cor 11:24e25). Estivemos numa determinada igreja, por ocasião em que ela estava celebrando a Ceia do Senhor. Na hora em que o pão foi partido, disse o celebrante: “Meus irmãos, comam agora a carne do Senhor Jesus”. Depois quando o cálice acabara de ser distribuído, disse: “Meus irmãos, bebam agora o sangue de Jesus”. Isto nos causou estranheza, pois, à luz do texto bíblico, o ensino é fazer em memória de Jesus. Ora, não se faz em memória daquele que está presente, e sim, quando está ausente, especialmente no próprio pão e cálice. Porém, Jesus prometeu estar espiritualmente com aqueles que fossem pregar o seu evangelho, Mateus 28:20.
Quanto àqueles, que acreditam que comer a carne e beber o sangue de Jesus literalmente, só porque Jesus disse em João 6:56,“Quem come a minha carne, e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele”, é no sentido espiritual. O Senhor Jesus disse as seguintes palavras: Eu sou a porta, eu sou o caminho, eu sou a luz do mundo, eu sou o pão da vida, eu sou a videira verdadeira etc. não podemos entender isso literalmente, pois, ninguém come porta, ninguém come caminho, ninguém come luz, ninguém come videira. O bom entendedor sabe que tudo isto é no sentido figurado. O que nos causa estranheza é ver certas pessoas darem sentido literal às palavras de Jesus, referente ao pão e ao vinho. Jesus é o pão que alimenta a nossa alma. Quando Ele em João 6, usava a linguagem, “Comer a minha carne e beber o meu sangue”, muitos dos que ouviram tais palavras, se escandalizaram, e não mais O seguiam,porque entenderam se tratar literalmente as palavras de Jesus. Em resposta dirigindo-Se aos Seus discípulos disse-lhe: “Quereis vós também retirar-vos?”
No verso 63, o Senhor Jesus disse: “O espírito é o que vivifica a carne para nada aproveita; as palavras que vos disse, são espírito e vida”. Crer que, depois de abençoado o pão e o vinho, que estes se transformem em corpo, carne, espírito; em fim, em o próprio Jesus; em assim crendo estaríamos novamente sacrificando ao Senhor. Em Heb 7:27 diz: “Ele não necessita como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto Ele fez uma vez, oferecendo-se a si mesmo”. Ainda em Hebreus 9:27 diz: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vem depois o juízo”. E no verso seguinte diz: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação”. Diante destas palavras, fica bem claro que o sacrifício do Senhor Jesus não pode ser repetido. No mesmo livro, 7:26 diz: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os céus”. Voltando para o verso 25 lemos: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.
Diante de tudo que foi exposto, conclui-se, que o Senhor Jesus não pode novamente humilhar-se, transformando-se num pedacinho de pão, feito de farinha de trigo; pois quanto ao humilhar-Se, Ele o fez, deixando a Sua glória no céu, onde Ele era servido pelos anjos, vindo à terra e transformando-Se, no ventre de uma mulher em uma criança. Depois desprezado, zombado, cuspido no rosto, e morto. Não pode de modo algum entrar através do pão no ventre das pessoas que participam da Sua ceia. Prezado leitor, você que participa da Ceia Memorial, ordenada por Jesus, qual é o seu pensamento nessa hora de participação? Não queira humilhá-Lo outra vez; porque Ele já está na glória definitivamente. Exalta-O, glorifica-O em espírito e em verdade, pois a Ele pertence toda a exaltação.