sábado, 3 de março de 2007



PERCEBER O NÃO-EXISTENTE?
Pr. Timofei Diacov



Durante a última grande guerra mundial o Brasil enfrentou um problema muito sério no que dizia respeito ao submarinos, pois, não os percebendo, os inimigos, usando-os, conseguiram submergir alguns dos seus navios. Mas, assim que foi descoberto o radar, este passou a perceber a presença inimiga desses navios submarinos. Assim pôde-se evitar essas terríveis tragédias. Diante disso, a conclusão que podemos ter é que o radar só pode perceber aquilo que existe, ou a presença de submarinos ou outros objetos estranhos.

Em poucas linhas queremos abordar um assunto que vem nos preocupando no que tange à vida espiritual, especialmente no que tange aos chamados "milagres" que não acontecem; mas que, pelos seus praticantes, é afirmado terem acontecido. Então aifrmam tais "milagreiros", dizendo: "Você precisa crer que já está curado, pois eu senti, assim que orei , que o milagre aconteceu". O interessante disso e muito preocupante também, é que a pessoa que "recebeu" tal "milagre" nada sentiu. Como sentir, perguntamos, aquilo que não aconteceu, ou não existe? Lendo ou estudando os milagres operados por Jesus, e também pelos seus apóstolos, sempre que eles aconteceram, as pessoas sentiram a sua realização. O cego de Jericó passou a saltar e a louvar a Deus e o coxo curado por Pedro e João, diante da porta chamada Formosa, assim que foi curado, passou a andar e a glorificar a Deus, causando de certa maneira uma revolução aos principais do judaísmo.

O mesmo podemos dizer dos leprosos: eles, andando, perceberam a cura; e um deles voltou para agradecer a Jesus. Em Caná da Galiléia a água transformada em vinho causou grande espanto e admiração. O coxo curado por Paulo na cidade de Listra também causou grande espanto. Nenhum deles jamais disse ao beneficiados: "procure sentir o que lhe aconteceu". Quando a tempestade foi acalmada por Jesus, não foi necessário Ele dizer: "procurem sentir que a tempestade foi acalmada, e que veio a bonança". Isto não era necessário, pois era evidente; milagre é milagre. Moisés escreveu, dizendo que se alguém viesse ter com o povo dizendo ter tido uma visão de algum fato que iria acontecer e, se isso não se cumprisse, o tal visionário era falso. Como crer naquilo que não aconteceu, que não existe?

Conhecemos um caso de "milagre" que foi declarado que fulano foi curado de câncer, e, dias depois, o tal fulano morreu. Como explicar isso? "Não, essa pessoa sarou de fato do câncer, mas morreu de uma outra doença." Conhecemos o caso de certa jovem que sofria de diabetes, e o seu orientador disse que suspendesse os remédios, pois, "pela fé", já estava curada. E a jovem obedeceu a ordem e assim entrou em coma. Tivemos que ir ao hospital orar por ela. E assim poderíamos citar vários outros casos. Perguntamos: como sentir aquilo que não aconteceu? "Mas eu sinto, Deus já me revelou que você está curado", diriam os "milagreiros". Mas nós afirmamos: "mas eu não senti nada!" O não-existente não pode ser percebido. Mas, quando Deus faz, os que foram enfermos glorificam a Deus e são de fato curados. Cuidado com as curas não-existentes. Cuidado com os "milagreiros".

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Pr. Timofei Diacov
Rua Aroeira, 135 - Jardim Pinheiro
16400-576 - Lins - SP
(0xx14) 522-7032.

(reprodução permitida, desde que citado o autor)

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