terça-feira, 20 de março de 2007





ANTROPOFAGIA
Pr. Timofei Diacov



"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele", João 6.56. Certamente que o Senhor Jesus não estava ensinando a antropofagia, mas foi isso que o povo havia entendido. Vamos procurar fazer uma apreciação do texto, à partir do verso 1. Diz o evangelista que Jesus multiplicou cinco pães e dois peixes, e com isso alimentou quase cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, e ainda sobrando doze cestos de pedaços de pães. E diante disso, o povo queria vir e arrebatar Jesus e aclamá-lo rei de Israel. Mas ele se esquivou e foi ao monte para orar. No dia seguinte o povo foi novamente, e Jesus lhe diz que fizeram isso não por causa do pão que comeram. E no verso 27 o Senhor recomenda-lhes que trabalhassem pelo pão que faz viver eternamente, que era ele mesmo.

Para o o povo, o Senhor Jesus era um profeta que poderia saciar-lhes a fome sem que tivessem que trabalhar. E no verso 30, pergunta o povo sobre que sinal Jesus operaria para que eles vissem e cressem em suas palavras. Seria necessário outro sinal além deste, de multiplicar pães? O povo continuava cego, mesmo vendo sinais já operados. E isso se repete ainda hoje, uma vez que sinais não convertem a ninguém. E Jesus se lhes apresenta como o pão da vida, em resposta à afirmação deles, de que Moisés lhes dera do pão da vida. Jesus responde que isso não havia acontecido, verso 32. Entretanto, o pão que Jesus lhes desse seria o verdadeiro pão que desceu de Deus, do céu. E o pão que ele se referia era a sua carne, que seria pregada na cruz, e o seu sangue, que seria derramado. Isso iria acontecer literalmente.

Por isso, aquele que aceitasse Jesus estaria comendo de sua carne e bebendo de seu sangue. Mas, como eles entenderam que se tratava de algo literal, afastaram-se dele. Já não mais andavam com Jesus. Então o Senhor dirige a sua pergunta aos doze apóstolos, perguntado se eles também não queriam fazer o mesmo, verso 67. Mas, voltando para o verso 63, Jesus explica que não se tratava de algo literal, ainda que o mesmo Jesus foi sacrificado literalmente. E a sua palavra foi essa: "a carne para nada aproveita, mas o espírito é o que vivifica. As palavras que eu vos disse são espírito e vida",v. 63. Estas palavras nada tem a ver como o que chamamos Ceia do Senhor. Como então entender estas palavras? Temos que lê-las cuidadosamente, para não darmos interpretação errada.

Quando uma pessoa crê no poder do sacrifício de Jesus para obter sua salvação, e reconhece que o Senhor foi crucificado literalmente, isto é, que o seu corpo ou a sua carne foi dilacerada por nós, o seu sangue derramado literalmetne por nós; então está admitindo que a vida eterna se consegue pela morte expiatória dele. Assim, é como se estivessem comendo a carne dele e bebendo o seu sangue. Portanto, não se trata de antropofagia, ou seja, comer literalmente carne humana e beber sangue humano, mas uma comparação com algo espiritual. Portanto, não pensemos que quando comemos a Ceia do Senhor e bebemos o cálice do Senhor, que estamos comendo literalmente, e literalmente bebendo o seu sangue. Como dissemos: "como que", como que comemos, como que bebemos. E isso não é antropofagia.

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