sexta-feira, 5 de setembro de 2008

CORAÇÕES ABRASADOS

CORAÇÕES ABRASADOS
PR TIMOFEI DIACOV


“Por ventura não nos ardia o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” (Lc24: 32). O drama da crucificação de Jesus foi impressionante. Os discípulos do Senhor se dispersaram, cada um foi para um lugar; considerando o fato de que houve derramamento de sangue. A Esperança de ver o Reino Messiânico, havia se diluído, visto ter sido Jesus aparentemente derrotado, não esboçando nenhuma reação. Quando viram Ele dar o último suspiro, chegaram à conclusão de que tudo que havia imaginando sonhado deu em nada. Mas como isso tudo poderia acontecer; se Jesus já os havia prevenido de que era necessário o Filho do homem ser entregue nas mãos dos pecadores, e que ao terceiro dia ressuscitaria? Como se costuma dizer, “O ser humano tem memória curta”. Quantas vezes saímos da igreja, depois de um culto inspirativo com a mensagem exortativa, que para alguns chega a provocar lágrimas. Mas na segunda-feira seguinte, tudo volta à rotina. Até parece que não participaram daquele culto tão bonito.

Dizem que Tomé ficou tão decepcionado com os acontecimentos que foi fazer um retiro, para reavaliação de sua fé; daí a razão de sua ausência no primeiro encontro com Jesus ressuscitado. Cremos que coisa mais ou menos semelhante a isto aconteceu com os irmãos de Jesus visto não poderem harmonizar a idéia de ser Jesus, seu irmão mais velho, o Filho de Deus. Entretanto depois da ressurreição Dele vieram a reconhecer a Sua Messianidade, vindo a converter-se a Ele; e Tiago a se tornar pastor da igreja de Jerusalém e escrever a epistola que leva o seu nome; e do mesmo modo seu irmão Judas que também escreveu a pequena epistola que leva o seu nome. Entretanto por outro lado parece que as mulheres eram mais apegadas e menos incrédulas, uma vez que foram, como diz Lucas, alta madrugada ao sepulcro para ungirem o corpo do Seu amado Mestre, a quem os anjos disseram: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Ele não está aqui, mas, ressuscitou, como Ele próprio havia dito”.

Por ventura estes corações estavam abrasados ou apaixonados? Havia uma boa dose de incredulidade, tanto nelas quanto nos demais; visto que não esperavam a Sua ressurreição. E elas mesmas foram para encontrar um corpo morto. O Senhor Jesus mais tarde diria aos dois caminhantes pela estrada de Emaús: “Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24:25). Agora estes dois caminhantes, pela estrada afora, também desiludidos caminhavam em direção à sua aldeia, tecendo comentários sobre todos os acontecimentos; quando surge um outro caminhante que lhes pergunta qual era o assunto dos seus comentários. E assim começa a lhes expor as escrituras, os Salmos e os Profetas que já prometia esses dia e acontecimentos. Quanta incredulidade; quanta falta de estudos bíblicos! Até parece que viviam os nossos dias, pois acontece o mesmo fenômeno.

E esse caminhante é convidado por eles a passar a noite em sua residência. E no partir do pão e dar graças a Deus, esse ilustre caminhante desaparece; pois era o próprio Jesus. E assim os seus olhos se abrem, e pergunta um ao outro: “Por ventura não ardia o nosso coração, quando nos expunha as escrituras?” de sorte que na mesma hora da noite voltaram para Jerusalém, encontrando os onze apóstolos e os demais que andaram com Ele, e que diziam: “Verdadeiramente Ele ressuscitou”. A igreja do Senhor deve estar sempre com o coração aquecido; uma vez que uma igreja fria não prospera. Deus quer corações abrasados, que se consegue vivendo uma vida de comunhão contínua como o próprio Jesus recomendou: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos”. Chega de apatia, de frieza, de indiferença. Não sejamos como o irmão do Pródigo que estava alheio a tudo que se passava em sua casa; quando devia participar da alegria da volta do seu irmão. Infelizmente há muitos membros de igrejas que vivem assim. Portanto, procuremos ter corações abrasados pela obra de Deus.

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