terça-feira, 11 de dezembro de 2007

CONFLITOS

CONFLITOS
PR TIMOFEI DIACOV

A palavra conflito surge quando duas idéias se chocam; por exemplo, eu creio em alguma coisa de uma maneira, enquanto outro de outra; podendo ser doutrina que aprendi de meus antepassados, enquanto que outro aprendeu de outra maneira o mesmo assunto. Quando isso acontece, o melhor é procurar alguém que tenha melhores conhecimentos. Quando o apóstolo Paulo se converteu ao cristianismo, enfrentou este problema, como por exemplo, a circuncisão que no judaísmo era praticada; e no cristianismo não o era. Falando sobre comer alimentos oferecidos aos ídolos, muitos participavam dessa cerimônia, afirmando não ter nenhum problema. Daí ele escrever, “bem-aventurado aquele que não se condena no que aprova” (Rom 14:22). Podemos aprovar alguma coisa que segundo a consciência não está em harmonia. Ou ainda ser testemunha de algum acontecimento, sem ter presenciado. Daí surge o conflito: aqui é a consciência que nos condena.

Permita-me caro leitor contar-lhe a minha própria experiência. Eu havia aceitado a Jesus como o meu Salvador. Fui batizado e tornei-me participante ativo de todos os trabalhos da minha igreja. Sempre que afirmava ser possuidor da certeza da minha salvação; ao ouvir as experiências de outras pessoas, entrava em conflito com a minha consciência, uma vez que a minha afirmação era insegura. Muitas vezes podemos estar crendo num determinado texto bíblico, e ao ouvir um outro de mais conhecimento, entramos em conflito com o que nós pensamos estar certos; reconhecendo que a melhor maneira é aceitar a verdade, jamais teimosamente afirmar ou permanecer na nossa maneira de entender. Muitas vezes numa ocasião assim fica prevalecendo o nosso orgulho e não a verdade. Por exemplo: Se cremos que a Bíblia é obra do Espírito Santo temos que aceita-La como tal. Se Ela afirma que podemos ter plena certeza da salvação, porque iremos rejeitá-La, apegando-nos ao que aprendemos?

Não queremos saber a verdade? Por que fazer confronto com Ela, visto que Ela é luz? O apóstolo Paulo quando se converteu a Cristo, entrou em confronto com Ele, quando ouviu Dele, através de Ananias, que Jesus lhe mostraria doravante o quanto deveria padecer pelo Seu nome. Aliás, já vinha padecendo, uma vez que Jesus lhe disse, “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões” (Atos 9:5). Que aguilhões seriam esses? Lembrem-se do testemunho de Estevão cujo rosto brilhava como o rosto de um anjo, quando lhes pregava Jesus, provando ser Ele o Cristo. (Atos 6:15 e7:1ª60). E que dizer da maneira firme e inabalável que os cristãos por ele perseguidos davam testemunho da sua fé em Jesus. Era difícil harmonizar o conceito de Paulo sobre Cristo, e a vivência dos cristãos, vivendo os ensinos Dele. Eis o conflito formado. É de fato difícil, de ir contra os aguilhões da verdade. Então é uma certeza incerta. É um conflito.

A experiência do apóstolo pode ser de muitos outros. Nasceu no judaísmo passou a maior parte de sua vida nele, vivendo e pregando o judaísmo a todos. Mas agora vê que tudo vai se desmoronando, como um castelo na areia. Mais tarde poderia considerar tudo isso como adubo, para ganhar a Jesus. Conseqüentemente passou a sofrer perseguições e perigos de morte. Valeu a pena? Claro que sim. Ficou livre dos seus conflitos, podendo dizer, “Eu sei em quem tenho crido que é poderoso para guardar o meu tesouro até àquele dia” (II Tim 1:12). Por que não fazer o mesmo? Seria o problema dos preconceitos da sociedade, da família, dos amigos, ou o seu próprio? Lembremo-nos do que Jesus disse: “Aquele que não deixar pai, mãe, mulher, filhos, terras por amor de mim e do meu evangelho, não é digno de mim” (Mat 19:29). Por amor do ensino bíblico e de nossa própria alma não podemos viver o verdadeiro cristianismo estando em desarmonia com a verdade, vivendo em constantes conflitos, enquanto Jesus está nos dando a sua paz.

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