quinta-feira, 2 de agosto de 2007

ABISMO INTRANSPONÍVEL

ABISMO INTRANSPONÍVEL
Pr. Timofei Diacov
“E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tão pouco os de lá passar para cá” (Lc16: 26). O profeta Isaias diz que os nossos pensamentos não são os pensamentos de Deus e nem os nossos caminhos são os caminhos de Deus. Além disso, ele reforça o pensamento, dizendo que assim como os céus são mais altos, assim também são mais altos os pensamentos de Deus em relação aos nossos. O caso do rico, mencionado por Lucas 16 é típico, uma vez que ele representa o pensamento farisaico no que diz respeito a alcançar a salvação; visto que a teologia dos fariseus era: se eu faço isto ou aquilo, logo tenho condições de alcançar a salvação pelos meus próprios méritos. Exemplo disso está no capítulo 18 do mesmo evangelho, onde aparecem duas pessoas cultuando a Deus: um fariseu e outro publícano: o primeiro tentando justificar-se pelos seus feitos e o segundo sem nenhum mérito. Este volta justificado e o primeiro não. Eis um grande abismo entre um e o outro.

Segundo a narrativa de Lucas 16 o Senhor Jesus abre uma pequena fresta para permitir os seus ouvintes vislumbrarem o mundo real no além. Aqui na terra enquanto o rico fariseu usufruía as delicias desta vida, o outro chamado Lázaro, tinha que contentar-se com as migalhas que possivelmente caíssem da mesa do rico. Os seus consoladores eram os próprios cães que lambiam-lhe as suas feridas, para lhe trazerem um pouco de alívio. Eis mais um abismo entre um e outro. São os contrastes da vida; pois se aqui os temos, não os teremos no além? A Bíblia nos ensina com muita clareza a existência do céu e do inferno; e se os que lá no inferno desejassem entrar no céu, não o poderiam; e muito menos os que estivessem no céu desejariam passar para o inferno; pois no além não existe possibilidade para tanto; uma vez que o abismo é intransponível. Afinal não existe a graça conquistada por Jesus para resolver esse problema? Claro que sim, desde que ainda em vida nos submetamos a ela.

Para ser mais claro retrocedamos aos versos que antecedem ao verso 19, onde encontramos a história do mordomo infiel que estava dissipando os bens de seu senhor. O seu senhor o havia contratado para cuidar de sua fazenda. Porém, a fidelidade, que é uma virtude, não o caracterizava; ou para ser mais exato, ele era desonesto. Deus nos cercou de muitos bens, esperando de nossa parte também a fidelidade. Será que estamos correspondendo à Sua expectativa? Será que Ele está contente com a nossa maneira de agir? A Bíblia nos ensina que o reino dos céus não pertence aos infiéis; diz Paulo em II Tim 2:13: “Se formos infiéis Ele permanece fiel; pois não pode negar-se a si mesmo”. Então o abismo está entre um e o outro. Para passarmos de um para o outro há um abismo intransponível sem a graça de Deus. O mesmo podemos dizer em relação à conquista do reino dos céus. Sem Jesus é impossível chegar a Deus. Sem Ele a barreira é invencível. Não adianta querer nadar contra a correnteza de um rio.

Caro leitor, está preparado para ouvir o toque da trombeta, que poderá ocorrer a qualquer hora? Lembre-se o caso do rico em foco, que na terra não venceu as barreiras, estava despreparado, possivelmente, comemorando algum acontecimento, quando foi convocado para partir. Ele se encontra agora do outro lado da vida, precisando sair da perdição para a salvação. E a resposta é definitivamente impossível, pois o abismo para a salvação se transpõe aqui na terra. Agora por outro lado mire-se na pessoa de Lázaro, embora pobre, doente, que ao ouvir o toque da trombeta, logo se encontra no reino celestial, ao lado de Abraão, o pai da fé. Então como podemos ver, temos que transpor os abismos da terra, como o fez o mencionado pobre. Por isso não deixa esse problema para depois que aí, será um ai interminável.

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